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ANITTA BARROCO

"AQUAE FLAVIAE"

"AQUAE FLAVIAE"

O Boneco de Neve

 

Sempre fazia frio na rua, a janela ficava embaciada e a Sara entretinha-se a fazer desenhos no vidro. Naquela tarde, reparou num boneco de neve que estava no jardim, mesmo em frente à sua casa. Olhou para ele e pensou:
- Coitado! Lá fora, ao frio… Vou levar-lhe um agasalho. Vai, de certeza, sentir-se mais quentinho!
No jardim, começou por lhe vestir um casacão e depois encavalitou-se numa pedra para lhe por um chapéu no cimo da cabeça.
- Pronto, assim ficas muito melhor! E com menos frio!
Atrapalhado com Tanta vestimenta, o Boneco de Neve começou a derreter e disse:
- Obrigado, mas sabes uma coisa? Se não fosse esta temperatura tão gelada, eu nunca estaria aqui, não existia. Com certeza, já tinha derretido e tu nunca me terias visto…
A Sara, preocupada, retirou-lhe de imediato o casacão e o Boneco continuou:
- Mas ainda bem que vieste ter comigo. Estava há tanto tempo sozinho e gosto tanto de ter companhia!

 

 

 

Narrado por Sofia Cerveira

 

 

Uma carta ao Pai Natal

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Na sua casa na Lapónia, o Pai Natal abria a milésima carta do dia…
_ Qual será o pedido que traz esta carta? - Perguntou o Pai Natal.
Tinha sempre a mesma curiosidade, porque, apesar de andar nisto há tantos anos, as crianças continuavam a surpreendê-lo. Abriu o envelope e começou a ler:
_ Querido Pai Natal.
Quero que este seja um Natal diferente de todos os outros. Por isso, o meu pedido é muito, muito especial. Nunca quis nada assim, mas é muito, muito importante para mim…
O pai Natal já tinha recebido milhares, ou milhões e milhões de cartas, mas nunca nenhuma lhe tinha parecido tão misteriosa. Por isso, decidiu continuar, queria chegar rapidamente ao fim.
“Sabes, que eu mais quero é saber que presente é que tu gostavas de receber.”
O Pai Natal ficou tão sensibilizado que este foi, para ele, o Natal mais bonito de sempre.

 

 

 

Narrado por Ricardo Pereira

 

 

Uma história infantil de Natal...

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Natal todos os dias Pedro andava entusiasmado. A passos largos, aproximava-se a época do ano que mais gostava: o Natal. Embora ainda fosse meados de Novembro, por todo o lado o perfume do Natal já começava a chegar. A cidade animava-se, os enfeites e as luzes nas ruas anunciavam a sua chegada. As montras das lojas estavam já enfeitadas, com pinheirinhos que luziam inúmeras cores. Na televisão, abria-se para Pedro o mundo de brinquedos que o faziam sonhar. Era difícil escolher, tantos anúncios de brinquedos, gostava de quase todos. Tarefa árdua, foi fazendo uma lista dos preferidos, com a ajuda de catálogos que as lojas mandavam lá para casa. Ia recortando os favoritos e, depois de pensar muito bem, eliminava, dia a dia, alguns. Sabia que não podia ter todos, “tenho que escolher bem, para não me arrepender”, dizia para consigo, repetidamente.
 
Tudo caminhava para a perfeição, pensava Pedro, a cada dia mais expectante. Como gostava de passear nas ruas da cidade, admirando o festival de luz e cor que lhe aquecia o coração e aumentava a ansiedade pelo grande momento: a noite de Natal, as prendas que o Pai Natal lhe ia oferecer. Afinal de contas, pensava, “portei-me bem todo o ano”. E para que não restassem dúvidas, quase todos os dias perguntava à mãe, sem esperar qualquer outra resposta que não fosse a confirmação de que fora, sempre, um bom menino. Enchia o peito de satisfação quando ouvia as palavras mágicas da mãe: “é claro que sim, Pedro, portaste-te muito bem”.
 
Pedro tinha oito anos e andava no terceiro ano. Nesta altura, lá na escola, havia fortes discussões sobre a existência do Pai Natal. Pedro perdia a paciência com alguns dos seus colegas quando estes diziam que o Pai Natal não existia. “É claro que existe, já o vi na televisão, mora na Lapónia”, argumentava, com veemência, “e todos os anos, pelo Natal, anda pelo mundo, com as suas renas, a distribuir presentes”. E advertia-os: “vocês assim não vão ter prendas do Pai Natal”.
 
Se Pedro já andava excitado, mais ficou quando a sua professora lançou um desafio à turma: “cada um de vós vai fazer uma composição sobre o Natal. Escolhemos a melhor e, depois, vamos tirar, dessa composição, algumas frases para se fazer o postal natalício da Escola”.
 
A cabeça de Pedro entrou logo em frenesim. Tinha que falar do Natal, começou a alinhavar ideias para a composição e não tardou a pegar no seu caderno, com receio de esquecer tudo o que ia no seu pensamento. O lápis correu rápido, tanta coisa queria escrever sobre a sua época favorita.
 
Essa manhã de escola passou num ápice e Pedro regressou a casa muito satisfeito. Contou à sua mãe o que tinha acontecido e desbobinou, num sufoco, tudo o que tinha escrito. “Falei de tudo”, disse com ar de contentamento, “da família que se reúne na noite de Natal, como nós na casa dos avós, com os tios e primos todos, da alegria que contagia as pessoas, do Pai Natal…,” dizia ofegante. “Calma, Pedro”, disse a mãe para o sossegar, “tenho a certeza que a tua composição está muito bem”. “Vou ganhar, não vou mãe?”, interrogava Pedro, para logo contar à mãe mais coisas que tinha escrito. “Não me esqueci de falar dos pobres meninos que não têm família, nem das pessoas que vivem nas ruas”, lamentando-se do “Natal triste que eles vão ter”.
 
Chegou o dia do anúncio da composição vencedora. Pedro sentia-se confiante. Depois de dar os parabéns a todos, pelo empenho e pelas boas composições que fizeram, o momento da verdade: “a composição que escolhi foi a do Adnan”, sentenciou a professora. Quase todos ficaram espantados.
 
Adnan, era um menino bósnio que chegou há dois anos à escola. “Não comemoro o Natal porque eu e a minha família somos islâmicas”, começava assim a sua composição. E continuava: “quando cá cheguei, pouco percebia, mas o meu pai explicou-me muitas coisas sobre esta tradição. O Natal é uma festa bonita, porque todos os católicos se juntam para celebrar o nascimento de Jesus Cristo, para eles o filho de Deus. Há muita alegria, paz e as pessoas gostam de trocar presentes, como fizeram os Reis Magos quando Jesus nasceu. Não fazemos festa lá em casa, mas gosto do Natal porque as pessoas andam diferentes, mais contentes e amigas. Há música nas ruas e no coração das pessoas. É pena não ser sempre assim”. Adnan escreveu mais, quer sobre o Natal, quer sobre os seus costumes, mas a forma como terminou fez sorrir os colegas: “só ainda não percebi muito bem quem é o Pai Natal”.
 
Nesse ano, o postal de Natal da escola do Pedro e do Adnan dizia: “No Natal, há música nas ruas e no coração das pessoas. É pena não ser sempre assim”.

 

 

http://sol.sapo.pt/blogs/eduardocarvalho

 

No Topo da Árvore

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A algazarra era tão grande que até a Estrela, lá bem no cimo da Árvore de Natal, estranhou o que se passava cá em baixo. Esticou-se um bocadinho, deixou-se estar à escuta e ficou surpreendida com o que ouviu.
_ Porque é que não posso ser eu a ficar no topo da árvore este Natal? Perguntava a Bola encarnada.
As luzes encolhiam-se, os Sinos faziam um sorriso amarelo, ninguém tinha uma resposta.
E a Bola encarnada, desiludida, continuava:
_ Sempre tive esse sonho… ocupar o lugar mais importante desta árvore! Mas não entendo, é sempre a Estrela e escolhida…
De facto, a Estrela sabia que tinha um lugar muito especial. Mas como não gostava de ver ninguém triste decidiu ajudar a pequena bola. Desceu até à Luazinha verde e disse:
_ Só tu e as tuas irmãs podem ajudar a realizar o sonho da Bola encarnada. Iluminem o caminho e talvez assim seja possível…
De um momento para o outro, a Bola encarnada estava no ramo mais alto da árvore. Olhou para a Estrela, mais em baixo, e disse-lhe.
_ Obrigada, Estrelinha por me deixares ficar no teu lugar. Será o Natal mais feliz da minha vida!
 
Narrada por Rita Ferro Rodrigues

 

 

A LEITEIRA

Fresca como uma rosa e alegre como um passarinho, caminhava uma linda jovem em direcção ao mercado da cidade vizinha, com um cântaro de leite sobre a cabeça
A formosa leiteira ia vestida com a sua roupa de domingo, o seu aventalinho de cores vivas e uns lindos sapatos verdes.
O suave sol da manhã iluminava o seu lindo rosto e fazia brilhar os seus olhos sonhadores.
Ao fundo ficava a cidade, rodeada por um pequeno monte de pinheiros perfumados, que se transformavam em música suave quando o vento brincava às escondidas nas suas copas redondas.
A leiteira, com o seu cântaro sobre a cabeça, pensava no lucro que obteria quando vendesse o leite no mercado da cidade. Sempre tinha sonhado ser muito rica, possuir uma quinta repleta de animais, a casa mais luxuosa e as jóias mais reluzentes...
- Chegarei ao mercado – dizia a si mesma – e venderei o leite que levo no cântaro. É um leite muito fresco e espesso e pagar-me-ão mais do que a qualquer outra pessoa, pois não é em vão que sou a rapariga mais bonita e bem vestida de toda a região.
“Pelo leite – continuava a pensar – receberei um montão de dinheiro, poderei comprar muitas galinhas todas gordas e bonitas, com penas reluzentes e crista vermelha.
E as galinhas porão muitos ovos, que logo serão chocados...
“ Ao fim de uns dias, montes de pintainhos, com a sua penugem fina e sedosa e o seu terno “piu, piu” encherão o pátio da minha casa e serão como um grande bando de pássaros de algodão. Dar-lhes-ei grãos de trigo e sopas de pão com leite e assim, em pouco tempo, começarão a ter crista e esporões...
“Quando os frangos se transformarem em senhores galos, levá-los-ei ao mercado onde sem dúvida causarão grande admiração. Todos lutarão para os comprar, mas apenas os venderei a quem me pagar melhor...
- Não, não me deixarei enganar! – dizia já em voz alta – E com o dinheiro que me derem pelos galos, comprarei os melhores leitões, os mais gordinhos e rosados. Eu própria os alimentarei. Ficarão gordos e vistosos, com a barriga quase a roçar no chão...
“Com o dinheiro dos leitões, comprarei os novilhos mais bonitos que houver na feira, desses que têm a pele de duas cores e o cachaço suave e húmido; desses que correm pelos prados e investem com os seus chifres e que olham com uns olhos grandes e doces, que parecem de veludo...
“ E, em menos de um ano, terei a melhor quinta de novilhos de toda a região. Vendê-los-ei a pouco e
pouco, apenas a quem me pagar uma boa quantia em dinheiro por cada um deles.
Com todo esse dinheiro, mandarei construir a casa mais luxuosa de toda a comarca e comprarei os vestidos mais bonitos e as jóias mais reluzentes e...”

A ambiciosa rapariga ia assim dando rédea solta à sua imaginação, por um caminho que parecia não ter fim.

. Já se via imensamente rica quando, na realidade, tudo o que tinha era apenas um humilde cântaro de leite...
E tão depressa andou para chegar logo, logo à cidade e ver os seus sonhos realizados, que tropeçou numa pedra, perdeu o equilíbrio e zás!...
O cântaro com o seu precioso líquido caiu ao chão e ficou feito em fanicos.
Pobre rapariga. Todos os seus sonhos se tinham desfeito.
O cântaro partido; e o branco e fresco leite derramado sobre a poeira do caminho...
Adeus galinhas, frangos, leitões e novilhos! Adeus casa e vestidos! Adeus jóias e riquezas!
A rapariga contemplava com os olhos cheios de tristeza, como se algo tivesse morrido para sempre sobre a terra do caminho.
O Sol, pelo contrário, sorria no alto do céu. Sem dúvida que achava graça à ambição daquela rapariga. Mal tinha acabado de construir um enorme castelo na sua imaginação e já este tinha sido atirado por terra.

 

 

http://www.bebevirtual.com/Historias%20para%20dormir4.htm

 

POLEGARZINHO

Pelo terceiro ano consecutivo, a seca tinha arruinado as colheitas da região. Havia fome e pobreza. Na casa dos lenhadores, junto ao bosque, Polegarzinho e os seus seis irmãos viam passar os dias sem que os seus pais pudessem dar-lhes nada para comer. A mãe chorava e o pai não sabia o que fazer.
Uma tarde Polegarzinho, que era o mais atrevido dos sete irmãos, reuniu todos no bosque e disse-lhes:
- Não podemos continuar assim. Os nossos pais vão morrer de preocupação e de tristeza por não ter com o que nos alimentar. Proponho-lhes que esta mesma noite saiamos todos de casa e atravessamos o imenso bosque, até chegar a outro país onde possamos conseguir algum dinheiro.
E naquela mesma noite, os sete irmãos saíram em busca do país longínquo da abundância e da riqueza.
Percorreram o bosque, em busca do desejado país. Ao entardecer do sétimo dia, quando já todos estavam meio mortos de cansaço e de fome, viram uma casa escondida entre as árvores e decidiram aproximar-se dela para pedir ajuda.
- Esta é a casa do Monstro das Botas de Sete Léguas – disse-lhes uma mulher que saiu para recebê-los – Dentro de uma hora voltará das suas correrias e, se os encontrar aqui, comê-los-á. Porque o Monstro é um gigante cruel e sanguinário, capaz de comer cada um de vós de uma só vez!
- Que más noticias nos dás – exclamou Polegarzinho com lágrimas nos olhos. Se continuarmos a andar, vamos morrer de fome e cansaço!
A mulher, ao ver os meninos tão esgotados e famintos, teve pena deles e deixou-os entrar.
- Mas nenhum de vós deve falar ou fazer barulho – advertiu-os.
As sete filhas do Monstro (que, embora sejam ainda crianças, são tão ferozes e malvadas como o pai) estão a dormir e, se as despertarem, dirão ao pai que vocês estão aqui. Dar-lhes-ei de comer e dormireis até que amanheça. Nessa altura partirão.
Polegarzinho e os seus irmãos estavam tão cansados que aceitaram sem ripostar tudo o que a mulher lhes propunha. Comeram o que quiseram, pois a casa estava cheia de alimentos e de riquezas e em seguida a boa mulher conduziu-os a um quarto onde havia sete camas pequeninas. Uma vez deitados, pôs, a cada um, um gorro de dormir com uma grande borla e apagou a luz, desejando-lhes bons sonhos.
Mas Polegarzinho, mal os seus irmãos adormeceram, levantou-se da cama e pôs-se a explorar a casa do Monstro, das águas-furtadas até ao sótão.
As filhas do monstro dormiam num quarto próximo.
Pareciam muito feias e cada uma delas tinha um gorro como o de Polegarzinho e seus irmãos, embora sem a grande borla.
No sótão havia sacos de ouro e arcas cheias de pedras preciosas...
Quando Polegarzinho regressava para o seu quarto, o Monstro entrava em casa dando uns enormes sopros e grunhindo como um porco.
- Cheira a carne fresca! – rugiu, cheirando o ar.
- Será que o vento sopra do Sul... – disse atemorizada a mulher.
- Cheira a carne fresca – repetiu o Monstro ainda mais alto -. Voltaste a meter gente cá em casa enquanto eu estive fora? Vou revistar tudo e comerei os forasteiros. Ah, ah, ah! Que grande ceia vou ter!
E o Monstro começou a revista pelo sótão do tesouro. Polegarzinho teve então uma feliz ideia e desatou a correr até ao piso de cima.
Rapidamente, retirou os gorros de dormir dos irmãos e trocou-os pelos das filhas do Monstro. Em seguida, meteu-se na cama e fingiu que dormia, pois o Monstro já subia as escadas a arfar e jurando comer todos de uma só vez.
Uma a uma foi apalpando na escuridão as cabeças dos meninos, enquanto Polegarzinho julgava que morreria de medo.
“ Estas são as minhas filhas”, pensou o monstro. E saiu do quarto.
No quarto ao lado foi apalpando igualmente as camas e, ao sentir por baixo da mão as cabeças que tinham o gorro com a borla, pensou: “Que grande banquete! Sete de uma só vez!” E engoliu as meninas. A seguir, descalçou as botas de sete léguas e atirou-se para cima da sua cama, para fazer a digestão de tão horrível ceia.
Quando Polegarzinho ouviu os terríveis roncos do Monstro, despertou os seus irmãos e, em segredo, conduziu-os ao sótão do tesouro, onde cada um carregou com um saco. Depois subiu ao quarto do Monstro e pegou nas botas de sete léguas. Mas eram tão grandes que teve de fazer duas viagens para as levar até ao bosque.
- Estamos ricos! – disse aos seus irmãos – Agarrem-se a mim que as botas se sete léguas levar-nos-ão para casa.
E Polegarzinho, meio perdido dentro daquelas enormes botas, pôs-se em marcha até à casa distante, onde chegaram naquela mesma noite. Desde então, acabou-se a fome e foram muito felizes na companhia dos seus queridos pais.

 

 

http://www.bebevirtual.com/Historias%20para%20dormir7.htm

 

UM MILAGRE DE NATAL

 

Era dia de Natal e, no orfanato Santa Terezinha, terminara o almoço das crianças que ali viviam por não terem família. Era hora de brincarem no pátio e no parquinho. Algumas se divertiam jogando bola, outras nos brinquedos do parquinho. O carrossel era o preferido. A irmã Josélia monitorava as brincadeiras para evitar acidente porque, duas semanas antes do Natal, uma das crianças, a Luisinha, caiu do escorregador sofrendo fratura de joelho. Em virtude deste acidente, Luisinha permanecia hospitalizada e não pôde participar da festa de Natal.

Cristina, amiga de Luisinha, estava triste com a ausência da amiga. Chorou muito. A irmã Josélia a consolava dizendo:

- São apenas alguns dias, logo Luisinha estará aqui entre nós. Vamos rezar para que ela fique boa bem rápido. Tá Bom?

Não adiantava. A saudade era grande e Cristina não podia evitar a tristeza, tanto não podia que estava sentada no balanço do parquinho falando:

- Deus, por que você não tira a minha amiga daquele hospital? Sabe, Deus! Eu queria ser uma médica para curar o joelho da Luisinha. Não só curar a Luisinha, mas toda gente que fica doente.

Quando a menina terminou de falar viu, ao seu lado, um homem alto de cabelos brancos, com uns olhos tão brilhantes que não dava para identificar a cor.

- Está falando com alguém, pequenina? – perguntou o homem com um sorriso simpático.

- Estou sim. Estou falando com Deus.

- E ele respondeu? – perguntou o desconhecido.

- Ainda não, mas vai responder. Ele nunca deixa de atender a gente. – respondeu a criança.

- E o que estava, a menina, falando com ele?

- Eu pedi que ele curasse a minha amiga. Hoje é Natal e eu não consegui entregar o presente dela.

Meteu a mão no bolso do avental e tirou uma folha de papel onde estava desenhada uma árvore de natal com os dizeres: “Para a Luisinha, um Feliz Natal, da amiga Cristina” e, mostrando, disse ao homem:

- Este é o meu presente pra ela. Eu fiz na aula de desenho.

- É lindo como a sua amizade por ela. – disse o estranho.

- Você tem família? Por que está aqui no dia de Natal? Devia estar com seus filhos. Você tem filhos? Onde você mora?

- Quanta pergunta, Cristina! Disse ele sorrindo.

- Como sabe o meu nome? eu nem disse pra você!

- Eu sei muitos nomes. Você não imagina quantos.

- Quem é você? Qual o seu nome? – perguntou Cristina curiosa.

- Eu? Eu sou aquele a quem chamaste.

- Eu não chamei você. Eu chamei Deus. Por acaso você é Deus – disse a menina desconfiada.

- Quer que eu seja? Então eu sou.

Como milagre o tempo parou. As crianças que brincavam no carrossel, no gira-gira, no escorregador e no balanço ficaram paralisadas como estátuas. Então o homem pegou a mão de Cristina e a levou pelos ares. Voaram como se fossem pássaros, indo pousar no quarto do hospital onde Luisinha estava internada com a perninha engessada. Quando a doentinha viu a amiga acompanhada daquele senhor de cabelos brancos perguntou:

- Cristina, você veio me visitar, cadê a irmã Josélia? E este senhor, ele é o seu avô?

- Não. Ele é Deus. Ele é bonito, não é? Ele sabe voar e eu voei com ele para dar o seu presente de Natal. – disse a menina toda entusiasmada entregando a folha de papel para amiga que, depois de ler, guardou-a embaixo do travesseiro.

- Oi, Deus! Eu sou a Luisinha. Ainda não posso sair da cama porque o meu joelho dói muito.

E Deus, aproximando-se do leito da menina, colocou a mão sobre o joelho doente e disse:

- Está doendo agora?

- Não. Estou sentindo um calor na perna. Só isso.

- Amanhã estará no orfanato ao lado de sua amiga e das outras crianças. – disse o Todo-Poderoso.

De repente Cristina se viu novamente no orfanato, no mesmo lugar. Tudo continuava como antes, a brincadeira, a gritaria das crianças nos brinquedos, foi como se ela não tivesse saído dali.

- Como fez isso? Nós nem voamos de volta! – perguntou a menina.

- Você disse que sou Deus, e para Deus nada é impossível. Saiba, menina que para você eu reservei uma missão especial, e, quando crescer, fará tudo aquilo que desejou hoje e eu estarei ao seu lado guiando a sua mão e a sua cabeça.

Dizendo estas palavras, o homem alto de cabelos brancos ergueu os pés do chão e foi se elevando diante dos olhos abismados da criança e desapareceu no azul do céu. À noite Cristina foi dormir com pensamentos martelando a sua cabeça: Ela chamara Deus, e ele veio. Como será que ele ouviu. Será que ela o veria novamente? Finalmente adormeceu.

No dia seguinte, na parte da manhã, a freira, diretora do orfanato, recebeu um telefonema do hospital.

- Irmã Glória, a menina Luisa já está de alta. Pode vir buscá-la. – dizia a voz da enfermeira do outro lado da linha.

- Como? O médico disse que ela talvez saísse depois do ano novo!

- Pois é, irmã, o médico também não acreditou, mas a fratura sarou, não tem nem sinal. Ele acha que foi milagre, um milagre de Natal.



Maria Hilda Alão

UM NATAL SEM TELEVISÃO

 

 

 

 

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Foi assim que disse, consolando a mãe, a menina Lucinha. Viúva há pouco tempo, dona Amélia lutava com dificuldades para sustentar os três filhos: Lucinha, Marquinhos e Luiquique. Luiquique é o caçula. Na verdade o seu nome é Luiz Henrique, só tem três anos e é muito agarrado a sua irmã Lucinha de seis. Dona Amélia, sentindo a falta do marido, dizia.

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- Hoje é Natal e não temos aquela alegria de antes. Não temos seu pai para cantar e brincar. A casa está escura. Não tenho vontade de acender a árvore de natal nem de falar com ninguém e a televisão achou de pifar logo hoje. Não podemos ver os especiais de Natal nem de Ano Novo. Oh, meu Deus...! 
         
Mas as crianças eram a alegria em pessoa e suas almas, forjadas a partir de uma centelha de Deus, tiveram uma idéia. Tendo Lucinha à frente, eles foram a procura dos seus jogos de brinquedo, e imploraram à mãe que jogasse com eles. Jogaram o “jogo da velha”, “batalha naval”, “jogo da memória”, “alfabeto português”, “monte sua árvore de natal”.

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Riram muito quando a mãe tentava montar, com as formas geométricas, a figura de um palhaço, ela sempre errava. Disseram “Oh!” todos juntos quando a mãe acertou pintar todos os animais de número ímpar. No quebra-cabeça “corpo humano”, eles rolaram no chão de tanto rir, quando a mãe pôs o joelho na cabeça da figura. No joguinho “sopa de letras”, ah! Neste então nem se fala. “Vamos encontrar a palavra “pato”. “Não, mãe, é p a t o”. Dona Amélia ria da sua dificuldade em lidar com os jogos das crianças. Depois, um pouco mais habituada, começou a errar de propósito só para ouvir a gargalhada cristalina dos filhos.

A filha reparou que a mãe estava mudada. A mulher se levantou do chão, acendeu a árvore de natal, colocou a estrela que faltava na ponta da árvore e até se esqueceu da televisão. Já era noite. O jantar foi servido com alegria e muita algazarra por parte das crianças que recitavam a uma só voz, batendo os garfos nos pratos:

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“Peru ru ru, hoje eu como tu!

Com farofa ou com angu

Bem aqui na minha mesa

Com suco de framboesa.”

Terminado o jantar, louça lavada e cozinha arrumada, foram todos para a sala. Lucinha ligou a vitrola antiga e colocou seu disquinho de cantigas de Natal, presente de seu pai. Todos cantaram. Lucinha ficou encantada com a voz da mãe acompanhando a canção Noite Feliz. Fazia algum tempo que ela não ouvia a mãe cantar. Fez os irmãos ficarem quietos para que a voz de dona Amélia aparecesse melhor. Estavam emocionados e, quando terminou, as três crianças correram para ela e lhe deram aquele abraço que elas chamavam de “abraço de urso”.

Com os três filhos abraçados a ela, dona Amélia perguntou:

- Quem vai querer panetone, nozes e castanha?

O grito foi um só: - euuu...

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O delicioso panetone, feito pela vovó Anita, quase foi devorado na sua totalidade. – Crianças, deixem um lugarzinho no estômago para abrigar as castanhas. – recomendou a mãe. Depois ela lhes contou a história do Natal de Cristo e, por volta das vinte e três horas, as crianças, cansadas, foram levadas para a cama.

- É hora de dormir com os anjos, minhas crianças. – disse a mãe.

- Então, mamãe, você ainda está triste por causa da televisão? – perguntou Lucinha dando um beijo em dona Amélia.

- Não, minha querida. Quem tem o que eu tenho, não precisa de televisão. Pra quê? Este dia de hoje eu vou guardá-lo pela eternidade afora. Nunca me senti tão feliz e alegre como neste Natal. Amo vocês crianças!

E beijando cada um deles, dona Amélia foi para o seu quarto rezar pelo marido e agradecer a Deus pelos filhos que Ele lhe deu.

 

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Se Todas as Coisas Fossem Mães

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Se a lua fosse mãe, seria mãe das estrelas.
O céu seria sua casa, casa das estrelas belas.
Se a sereia fosse mãe, seria mãe dos peixinhos.
O mar seria um jardim e os barcos seus carrinhos.
Se a casa fosse mãe, seria a mãe das janelas.
Conversaria com a lua sobre as crianças estrelas
Falaria de receitas, pastéis de vento, quindins.
Emprestaria a cozinha pra lua fazer pudins !!!!
Se a terra fosse mãe, seria a mãe das sementes.
Pois mãe é tudo que abraça, acha graça e ama a gente.
Se uma fada fosse mãe, seria a mãe da alegria.
Toda mãe é um pouco fada...Nossa mãe fada seria.
Se a bruxa fosse mãe, seria uma mãe gozada;
Seria a mãe das vassouras, da família vassourada.
Se a chaleira fosse mãe, seria a mãe da água fervida,
Faria chá e remédio para as doenças da vida.
Se a mesa fosse mãe, as filhas, sendo cadeiras,
Sentariam comportadas, teriam boas maneiras.
Cada mãe é diferente.
Mãe verdadeira ou postiça,
Mãe vovó ou mãe titia,
Maria, Filó, Francisca, Gertrudes, Malvina, Alice.
Toda Mãe é como eu disse!
Dona Mamãe ralha e beija, erra, acerta, arruma a mesa, cozinha, escreve, trabalha fora,Ri, esquece, lembra e chora,
Traz remédio e sobremesa......
Tem até pai que é "tipo mãe"...
Esse, então, é uma beleza !!!!!
Assim é a minha mãe !!!!!!!!!!!!!!!!!!

 

 

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Conto de Natal - Meu Anjinho Dorminhoco

 

 No feriado do dia 8 de Dezembro, dia da Nossa Sr.ª da Conceição, eu costumo fazer o meu presépio e, enfeitar a minha árvore de Natal. Este ano de 2009 ainda não aconteceu!..
Na minha casa, este ano  não se sente o espírito natalício, espero que o deus menino, consiga chegar a minha casa e dizer eu estou aqui...
Como neste conto de natal que encontrei por mero acaso.
Já agora o site é da eb1-n1b-campo-maior
Não esqueçam de contar este pequeno conto aos vossos filhos, pois se o meu amor pequenino estivesse junto a mim , decerto que não resistiria em contar-lhe este conto tão belo.

Um anjo pequenino. Veio tocar o sino.
Outro, de palmo e meio. Logo atrás dele veio,
E pregou uma estrela, No tecto da capela.

Veio mais um depois, Atrás dos outros dois,
E trouxe os pastorinhos, Que achou pelos caminhos.
Por fim, chegou o bando, De asas brancas cantando.

Só um, que adormeceu, É que ficou no céu.
Quando acordou, o anjinho, E que se viu sozinho,
Voou muito apressado, Mas chegou atrasado!

Pobre do anjinho tonto, O Natal estava pronto.
- Que hei-de eu fazer agora, Minha Nossa Senhora?
Sentou-se num degrau,
- Sou um anjinho mau!...

De chorar estava rouco, O anjinho dorminhoco!
- Nem posso entrar no coro, Com esta voz de choro.

Nisto, viu um menino, Descalço e pequenino,
Sozinho no portal, Sem festa de Natal,

E teve tanto dó, De o ver pequeno e só,
Que lhe pegou na mão, E os dois juntos vão.


- Anda cá, vem comigo, Ao pé do nosso amigo.
- E não ralha com a gente? - Fica muito contente!

Chegam pé ante pé, Junto de S. José
O anjo pequenino, Mais o pobre menino,
Chegam-se à palha fria, Onde Jesus dormia.

E Jesus quando os viu, Voltou-se, olhou, sorriu!
- Que presente tão fino, Trazeres-me esse menino!
Vês, anjinho? Afinal,
Foi um lindo Natal
 

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