- Vimos no céu uma estrela que brilhava noite e dia. Seguimo-La até Belém para adorar o Menino.
Depois de darem os presentes que traziam, os três Reis Magos despediram-se. Maria e José vieram à porta dizer-lhes adeus.
-Adeus e obrigado! – Disse José.
- Adeus e obrigado! – Disse Maria.
Esta maravilhosa história da estrela que guiou os pastores e os reis até ao estábulo onde Jesus nascera… esta maravilhosa história que todas as crianças do mundo conhecem…é a História do Natal!
Os pastores aproximaram-se com os seus carneirinhos.
- Será aqui? – Perguntou um pastor.
-Será aqui, neste pobre estábulo, que nasceu Jesus? – Perguntou o outro.
Deixando os carneiros a pastar no campo, os pastores entraram devagarinho no estábulo.
E viram o Menino deitado na manjedoira, rodeado pelos pais.
-Este é Jesus! – Diz Maria.
-Este é Jesus! – Diz José.
Os pastores ajoelharam-se diante do Menino para o adorar. A estrela continuava a brilhar, a brilhar… Que noite tão linda!
Mas a boa nova chegara ao deserto e de lá vieram os três Reis Magos montados em camelos e guiados pela estrela. Vinham visitar o Menino Jesus e trazer-lhe presentes.
O primeiro, Melchior, trouxe-lhe ouro.
O segundo, Gaspar deu-lhe incenso. O terceiro, Baltasar, ofereceu-lhe mirra.
Ai que presentes tão belos!
Maria pegou no Menino ao colo e apresentou-o aos três reis.
Há muito, muito tempo num país lá longe… por uma noite escura, dois pastores vigiavam o seu rebanho de carneiros. Mas, de repente, apareceu no céu uma luz tão brilhante que deslumbrou os pastores!
Essa luz suave e linda vinha de um anjo que sorriu aos pastores e lhes anunciou o nascimento de um menino em Belém… um menino chamado Jesus.
Ide vê-lo – pede o anjo aos pastores.
Está num estábulo, deitado numa manjedoira.
Virá uma estrela para vos guiar!
Então o céu ficou coberto de anjos que cantavam com voz doce:
- Glória a Deus nas alturas! – Os pastores estavam encantados. Depois, os anjos desapareceram e o céu ficou, outra vez, escuro.
Antes do nascer do dia, os pastores foram para Belém e levaram com eles todos os carneiros.
Andaram, andaram, andaram, guiados por uma estrela que parou em Belém mesmo por cima de um estábulo que parecia abandonado.
Há já dias que o velho cavalinho de madeira do João não pensava noutra coisa:
-Já estou mesmo a ver… No Natal, o João vai receber tantos presentes que nunca mais se vai lembrar de mim!
Esta ideia não lhe saia da cabeça. Não podia deixar que um brinquedo qualquer ocupasse o seu lugar.
Amuado, o Cavalinho deitou-se no chão, e o João só se apercebeu de que havia algo estranho quando ele esticou uma das patas e lhe tocou no pé.
- Mas o que é que te deu para estares aí deitado? Dói-te alguma coisa?
- Estou preocupado com o Natal! – Respondeu o Cavalinho. – Com tantos presentes que vais receber, tenho a certeza de que não nos vamos voltar a divertir-nos como dantes, nunca mais vamos brincar aos cowboys nem viajar pelo mundo…
Na noite de Natal, depois de abrir os presentes, o João não resistiu a ir buscar o seu eterno companheiro de aventuras. Levou-o até á sala e, na companhia dos brinquedos novos, o João e o seu cavalinho de madeira partiram numa viagem pelo mundo da brincadeira.
Este Cavalinho era realmente muito especial para ele.
Sempre fazia frio na rua, a janela ficava embaciada e a Sara entretinha-se a fazer desenhos no vidro. Naquela tarde, reparou num boneco de neve que estava no jardim, mesmo em frente à sua casa. Olhou para ele e pensou:
- Coitado! Lá fora, ao frio… Vou levar-lhe um agasalho. Vai, de certeza, sentir-se mais quentinho!
No jardim, começou por lhe vestir um casacão e depois encavalitou-se numa pedra para lhe por um chapéu no cimo da cabeça.
- Pronto, assim ficas muito melhor! E com menos frio!
Atrapalhado com Tanta vestimenta, o Boneco de Neve começou a derreter e disse:
- Obrigado, mas sabes uma coisa? Se não fosse esta temperatura tão gelada, eu nunca estaria aqui, não existia. Com certeza, já tinha derretido e tu nunca me terias visto…
A Sara, preocupada, retirou-lhe de imediato o casacão e o Boneco continuou:
- Mas ainda bem que vieste ter comigo. Estava há tanto tempo sozinho e gosto tanto de ter companhia!
Natal todos os dias Pedro andava entusiasmado. A passos largos, aproximava-se a época do ano que mais gostava: o Natal. Embora ainda fosse meados de Novembro, por todo o lado o perfume do Natal já começava a chegar. A cidade animava-se, os enfeites e as luzes nas ruas anunciavam a sua chegada. As montras das lojas estavam já enfeitadas, com pinheirinhos que luziam inúmeras cores. Na televisão, abria-se para Pedro o mundo de brinquedos que o faziam sonhar. Era difícil escolher, tantos anúncios de brinquedos, gostava de quase todos. Tarefa árdua, foi fazendo uma lista dos preferidos, com a ajuda de catálogos que as lojas mandavam lá para casa. Ia recortando os favoritos e, depois de pensar muito bem, eliminava, dia a dia, alguns. Sabia que não podia ter todos, “tenho que escolher bem, para não me arrepender”, dizia para consigo, repetidamente.
Tudo caminhava para a perfeição, pensava Pedro, a cada dia mais expectante. Como gostava de passear nas ruas da cidade, admirando o festival de luz e cor que lhe aquecia o coração e aumentava a ansiedade pelo grande momento: a noite de Natal, as prendas que o Pai Natal lhe ia oferecer. Afinal de contas, pensava, “portei-me bem todo o ano”. E para que não restassem dúvidas, quase todos os dias perguntava à mãe, sem esperar qualquer outra resposta que não fosse a confirmação de que fora, sempre, um bom menino. Enchia o peito de satisfação quando ouvia as palavras mágicas da mãe: “é claro que sim, Pedro, portaste-te muito bem”.
Pedro tinha oito anos e andava no terceiro ano. Nesta altura, lá na escola, havia fortes discussões sobre a existência do Pai Natal. Pedro perdia a paciência com alguns dos seus colegas quando estes diziam que o Pai Natal não existia. “É claro que existe, já o vi na televisão, mora na Lapónia”, argumentava, com veemência, “e todos os anos, pelo Natal, anda pelo mundo, com as suas renas, a distribuir presentes”. E advertia-os: “vocês assim não vão ter prendas do Pai Natal”.
Se Pedro já andava excitado, mais ficou quando a sua professora lançou um desafio à turma: “cada um de vós vai fazer uma composição sobre o Natal. Escolhemos a melhor e, depois, vamos tirar, dessa composição, algumas frases para se fazer o postal natalício da Escola”.
A cabeça de Pedro entrou logo em frenesim. Tinha que falar do Natal, começou a alinhavar ideias para a composição e não tardou a pegar no seu caderno, com receio de esquecer tudo o que ia no seu pensamento. O lápis correu rápido, tanta coisa queria escrever sobre a sua época favorita.
Essa manhã de escola passou num ápice e Pedro regressou a casa muito satisfeito. Contou à sua mãe o que tinha acontecido e desbobinou, num sufoco, tudo o que tinha escrito. “Falei de tudo”, disse com ar de contentamento, “da família que se reúne na noite de Natal, como nós na casa dos avós, com os tios e primos todos, da alegria que contagia as pessoas, do Pai Natal…,” dizia ofegante. “Calma, Pedro”, disse a mãe para o sossegar, “tenho a certeza que a tua composição está muito bem”. “Vou ganhar, não vou mãe?”, interrogava Pedro, para logo contar à mãe mais coisas que tinha escrito. “Não me esqueci de falar dos pobres meninos que não têm família, nem das pessoas que vivem nas ruas”, lamentando-se do “Natal triste que eles vão ter”.
Chegou o dia do anúncio da composição vencedora. Pedro sentia-se confiante. Depois de dar os parabéns a todos, pelo empenho e pelas boas composições que fizeram, o momento da verdade: “a composição que escolhi foi a do Adnan”, sentenciou a professora. Quase todos ficaram espantados.
Adnan, era um menino bósnio que chegou há dois anos à escola. “Não comemoro o Natal porque eu e a minha família somos islâmicas”, começava assim a sua composição. E continuava: “quando cá cheguei, pouco percebia, mas o meu pai explicou-me muitas coisas sobre esta tradição. O Natal é uma festa bonita, porque todos os católicos se juntam para celebrar o nascimento de Jesus Cristo, para eles o filho de Deus. Há muita alegria, paz e as pessoas gostam de trocar presentes, como fizeram os Reis Magos quando Jesus nasceu. Não fazemos festa lá em casa, mas gosto do Natal porque as pessoas andam diferentes, mais contentes e amigas. Há música nas ruas e no coração das pessoas. É pena não ser sempre assim”. Adnan escreveu mais, quer sobre o Natal, quer sobre os seus costumes, mas a forma como terminou fez sorrir os colegas: “só ainda não percebi muito bem quem é o Pai Natal”.
Nesse ano, o postal de Natal da escola do Pedro e do Adnan dizia: “No Natal, há música nas ruas e no coração das pessoas. É pena não ser sempre assim”.
A algazarra era tão grande que até a Estrela, lá bem no cimo da Árvore de Natal, estranhou o que se passava cá em baixo. Esticou-se um bocadinho, deixou-se estar à escuta e ficou surpreendida com o que ouviu.
_ Porque é que não posso ser eu a ficar no topo da árvore este Natal? Perguntava a Bola encarnada.
As luzes encolhiam-se, os Sinos faziam um sorriso amarelo, ninguém tinha uma resposta.
E a Bola encarnada, desiludida, continuava:
_ Sempre tive esse sonho… ocupar o lugar mais importante desta árvore! Mas não entendo, é sempre a Estrela e escolhida…
De facto, a Estrela sabia que tinha um lugar muito especial. Mas como não gostava de ver ninguém triste decidiu ajudar a pequena bola. Desceu até à Luazinha verde e disse:
_ Só tu e as tuas irmãs podem ajudar a realizar o sonho da Bola encarnada. Iluminem o caminho e talvez assim seja possível…
De um momento para o outro, a Bola encarnada estava no ramo mais alto da árvore. Olhou para a Estrela, mais em baixo, e disse-lhe.
_ Obrigada, Estrelinha por me deixares ficar no teu lugar. Será o Natal mais feliz da minha vida!
Era dia de Natal e, no orfanato Santa Terezinha, terminara o almoço das crianças que ali viviam por não terem família. Era hora de brincarem no pátio e no parquinho. Algumas se divertiam jogando bola, outras nos brinquedos do parquinho. O carrossel era o preferido. A irmã Josélia monitorava as brincadeiras para evitar acidente porque, duas semanas antes do Natal, uma das crianças, a Luisinha, caiu do escorregador sofrendo fratura de joelho. Em virtude deste acidente, Luisinha permanecia hospitalizada e não pôde participar da festa de Natal.
Cristina, amiga de Luisinha, estava triste com a ausência da amiga. Chorou muito. A irmã Josélia a consolava dizendo:
- São apenas alguns dias, logo Luisinha estará aqui entre nós. Vamos rezar para que ela fique boa bem rápido. Tá Bom?
Não adiantava. A saudade era grande e Cristina não podia evitar a tristeza, tanto não podia que estava sentada no balanço do parquinho falando:
- Deus, por que você não tira a minha amiga daquele hospital? Sabe, Deus! Eu queria ser uma médica para curar o joelho da Luisinha. Não só curar a Luisinha, mas toda gente que fica doente.
Quando a menina terminou de falar viu, ao seu lado, um homem alto de cabelos brancos, com uns olhos tão brilhantes que não dava para identificar a cor.
- Está falando com alguém, pequenina? – perguntou o homem com um sorriso simpático.
- Estou sim. Estou falando com Deus.
- E ele respondeu? – perguntou o desconhecido.
- Ainda não, mas vai responder. Ele nunca deixa de atender a gente. – respondeu a criança.
- E o que estava, a menina, falando com ele?
- Eu pedi que ele curasse a minha amiga. Hoje é Natal e eu não consegui entregar o presente dela.
Meteu a mão no bolso do avental e tirou uma folha de papel onde estava desenhada uma árvore de natal com os dizeres: “Para a Luisinha, um Feliz Natal, da amiga Cristina” e, mostrando, disse ao homem:
- Este é o meu presente pra ela. Eu fiz na aula de desenho.
- É lindo como a sua amizade por ela. – disse o estranho.
- Você tem família? Por que está aqui no dia de Natal? Devia estar com seus filhos. Você tem filhos? Onde você mora?
- Quanta pergunta, Cristina! Disse ele sorrindo.
- Como sabe o meu nome? eu nem disse pra você!
- Eu sei muitos nomes. Você não imagina quantos.
- Quem é você? Qual o seu nome? – perguntou Cristina curiosa.
- Eu? Eu sou aquele a quem chamaste.
- Eu não chamei você. Eu chamei Deus. Por acaso você é Deus – disse a menina desconfiada.
- Quer que eu seja? Então eu sou.
Como milagre o tempo parou. As crianças que brincavam no carrossel, no gira-gira, no escorregador e no balanço ficaram paralisadas como estátuas. Então o homem pegou a mão de Cristina e a levou pelos ares. Voaram como se fossem pássaros, indo pousar no quarto do hospital onde Luisinha estava internada com a perninha engessada. Quando a doentinha viu a amiga acompanhada daquele senhor de cabelos brancos perguntou:
- Cristina, você veio me visitar, cadê a irmã Josélia? E este senhor, ele é o seu avô?
- Não. Ele é Deus. Ele é bonito, não é? Ele sabe voar e eu voei com ele para dar o seu presente de Natal. – disse a menina toda entusiasmada entregando a folha de papel para amiga que, depois de ler, guardou-a embaixo do travesseiro.
- Oi, Deus! Eu sou a Luisinha. Ainda não posso sair da cama porque o meu joelho dói muito.
E Deus, aproximando-se do leito da menina, colocou a mão sobre o joelho doente e disse:
- Está doendo agora?
- Não. Estou sentindo um calor na perna. Só isso.
- Amanhã estará no orfanato ao lado de sua amiga e das outras crianças. – disse o Todo-Poderoso.
De repente Cristina se viu novamente no orfanato, no mesmo lugar. Tudo continuava como antes, a brincadeira, a gritaria das crianças nos brinquedos, foi como se ela não tivesse saído dali.
- Como fez isso? Nós nem voamos de volta! – perguntou a menina.
- Você disse que sou Deus, e para Deus nada é impossível. Saiba, menina que para você eu reservei uma missão especial, e, quando crescer, fará tudo aquilo que desejou hoje e eu estarei ao seu lado guiando a sua mão e a sua cabeça.
Dizendo estas palavras, o homem alto de cabelos brancos ergueu os pés do chão e foi se elevando diante dos olhos abismados da criança e desapareceu no azul do céu. À noite Cristina foi dormir com pensamentos martelando a sua cabeça: Ela chamara Deus, e ele veio. Como será que ele ouviu. Será que ela o veria novamente? Finalmente adormeceu.
No dia seguinte, na parte da manhã, a freira, diretora do orfanato, recebeu um telefonema do hospital.
- Irmã Glória, a menina Luisa já está de alta. Pode vir buscá-la. – dizia a voz da enfermeira do outro lado da linha.
- Como? O médico disse que ela talvez saísse depois do ano novo!
- Pois é, irmã, o médico também não acreditou, mas a fratura sarou, não tem nem sinal. Ele acha que foi milagre, um milagre de Natal.
Foi assim que disse, consolando a mãe, a menina Lucinha. Viúva há pouco tempo, dona Amélia lutava com dificuldades para sustentar os três filhos: Lucinha, Marquinhos e Luiquique. Luiquique é o caçula. Na verdade o seu nome é Luiz Henrique, só tem três anos e é muito agarrado a sua irmã Lucinha de seis. Dona Amélia, sentindo a falta do marido, dizia.
- Hoje é Natal e não temos aquela alegria de antes. Não temos seu pai para cantar e brincar. A casa está escura. Não tenho vontade de acender a árvore de natal nem de falar com ninguém e a televisão achou de pifar logo hoje. Não podemos ver os especiais de Natal nem de Ano Novo. Oh, meu Deus...!
Mas as crianças eram a alegria em pessoa e suas almas, forjadas a partir de uma centelha de Deus, tiveram uma idéia. Tendo Lucinha à frente, eles foram a procura dos seus jogos de brinquedo, e imploraram à mãe que jogasse com eles. Jogaram o “jogo da velha”, “batalha naval”, “jogo da memória”, “alfabeto português”, “monte sua árvore de natal”.
Riram muito quando a mãe tentava montar, com as formas geométricas, a figura de um palhaço, ela sempre errava. Disseram “Oh!” todos juntos quando a mãe acertou pintar todos os animais de número ímpar. No quebra-cabeça “corpo humano”, eles rolaram no chão de tanto rir, quando a mãe pôs o joelho na cabeça da figura. No joguinho “sopa de letras”, ah! Neste então nem se fala. “Vamos encontrar a palavra “pato”. “Não, mãe, é p a t o”. Dona Amélia ria da sua dificuldade em lidar com os jogos das crianças. Depois, um pouco mais habituada, começou a errar de propósito só para ouvir a gargalhada cristalina dos filhos.
A filha reparou que a mãe estava mudada. A mulher se levantou do chão, acendeu a árvore de natal, colocou a estrela que faltava na ponta da árvore e até se esqueceu da televisão. Já era noite. O jantar foi servido com alegria e muita algazarra por parte das crianças que recitavam a uma só voz, batendo os garfos nos pratos:
“Peru ru ru, hoje eu como tu!
Com farofa ou com angu
Bem aqui na minha mesa
Com suco de framboesa.”
Terminado o jantar, louça lavada e cozinha arrumada, foram todos para a sala. Lucinha ligou a vitrola antiga e colocou seu disquinho de cantigas de Natal, presente de seu pai. Todos cantaram. Lucinha ficou encantada com a voz da mãe acompanhando a canção Noite Feliz. Fazia algum tempo que ela não ouvia a mãe cantar. Fez os irmãos ficarem quietos para que a voz de dona Amélia aparecesse melhor. Estavam emocionados e, quando terminou, as três crianças correram para ela e lhe deram aquele abraço que elas chamavam de “abraço de urso”.
Com os três filhos abraçados a ela, dona Amélia perguntou:
- Quem vai querer panetone, nozes e castanha?
O grito foi um só: - euuu...
O delicioso panetone, feito pela vovó Anita, quase foi devorado na sua totalidade. – Crianças, deixem um lugarzinho no estômago para abrigar as castanhas. – recomendou a mãe. Depois ela lhes contou a história do Natal de Cristo e, por volta das vinte e três horas, as crianças, cansadas, foram levadas para a cama.
- É hora de dormir com os anjos, minhas crianças. – disse a mãe.
- Então, mamãe, você ainda está triste por causa da televisão? – perguntou Lucinha dando um beijo em dona Amélia.
- Não, minha querida. Quem tem o que eu tenho, não precisa de televisão. Pra quê? Este dia de hoje eu vou guardá-lo pela eternidade afora. Nunca me senti tão feliz e alegre como neste Natal. Amo vocês crianças!
E beijando cada um deles, dona Amélia foi para o seu quarto rezar pelo marido e agradecer a Deus pelos filhos que Ele lhe deu.